Homenagem ao Ford 51

Aquela placa rascunhada do Ford 51 estava muito boa para escrever nela qualquer coisa.

Decidi que o melhor seria uma homenagem ao esforço de quem o projetou, construiu e vendeu, aludindo à época e sua propaganda. Com isso, ainda me arriscaria a coisas novas com o pincel. É difícil, muito difícil, dominar o pincel. Mas já percebo pequena melhora, afinal qualquer coisa é maior do que nada.

Mas o barato destas placas é a diversão, ora pesquisando ora esboçando os traços. E a melhor parte entre todas é quando acaba o pincel e entra a lixa grossa de ferro e a escova de aço. É o que uso para “destruir” a placa, tentando dar uma aparência natural de tempo passado. É a tal da pátina.

Enfim, peguei gosto mesmo, já estou com mais um monte de idéias para semana que vêm e a próxima, pois que hoje acabam-se as pequenas e minúsculas férias. Mas foram produtivas, ao menos.

Quem quiser ver monstros do lettering pintando e se divertindo muito, aqui no blog em favoritos  procure pelo canal do LetterHEAD Bios no Youtube. É simplesmente bárbaro o trabalho deles.

Dois vivas ao ócio!

Hoje completou uma semana, exatamente, sem internet aqui em casa.

Graças à NET, e em que pese alguns efeitos colaterais indesejáveis, pude enfim me dedicar a outras tarefas mais interessantes, sem que essa máquina que sequestra o nosso ócio me atentasse por todo o feriado – me refiro ao PC. E me lancei a fuçar os carros, o 51 com preferência, já que a lista dele é muito maior que a do Camaro. Nos planos, instalar o caça-mulatas, tarefa que vinha adiando em função do cagaço de meter uma broca de aço rápido no meu brinquedo. Ainda tive tempo para pintar umas placas, duas na verdade sendo que uma incompleta, com as quais pretendo decorar o meu canto da garagem. A outra opção era comprar pronto, mas diabos, qual a graça nisso e como eu iria desperdiçar meus dias de merecido descanso em casa durante as festas de Momo? Arrisquei, comprei as tintas e lixas, catei pedaços de madeira (reciclagem, viu?) e não me faltou serviço durante o carnaval. Ainda bem que ficamos sem internet, pensando bem.

As placas são minha obsessão. As antigas, de qualquer canto do planeta, pintadas à mão, me fascinam. Sou daqueles que vai ao mercado para ver o cartaz de promoção da maionese só para admirar a habilidade de quem pintou aquilo ao preço de um tostão. Aqui na região temos uns dois artistas, em que pese ninguém mais vê-los como tal, além de mim mesmo. Sempre que me encontro com os caras elogio seu lettering, mas desconfio que eles me acham um chato.

Gastei uma manhã de carnaval olhando para um pedaço de madeira carcomido sem saber o que pintar nele. Depois de muito tatibitati, escolhi homenagear o Tales, legítimo dono do pedaço. E ainda fazer graça com as habilidades dos meninos dessa idade, que é muito de quebrar e raramente consertar qualquer coisa.

Eis o resultado. Que, como se nota, é coisa de um gênio mui habilidoso. Mas o que está em jogo é a diversão. E o ócio.

E a piada que me ocorreu, com a biela que um dia foi do Incrível Hulk.

Acima, o Tales no momento da inauguração da placa. Sim, o correto seria Tales’s Garage mas a cacofonia ia ser uma desgraça. Deixei desse jeito mesmo.

Além desta obra de arte, comecei outras duas, que ainda aguardam inspiração. E transpiração, que não é moleza não. Descobri neste carnaval o quanto treme a mão de quem acumula duas décadas de (pouca) birita e (alguns) Marlboros, Definitivamente, não dá para ser neurocirurgião mais.

Eis as futuras obras de arte. Uma vai pro 51 a outra vai ser genérica mesmo, tipo My Garage My Rules. Aceito sugestões.

Fato é que descobri um hobby novo. Não me faltam idéias e agora que criei coragem de pintá-las mal posso esperar os resultados. Depois da geladeira, abram espaço na garagem!

Durante uma demão e outra de tinta, me arrisquei no caça-mulatas. Descobri que esse carro já teve um, pois a furação das três camadas de chapa estava atrás da forração da coluna A. Moleza, pensei. Me poupa o déjà vu com a broca do dentista e ainda me economiza um tempão. A titica é que o ângulo não casou com o acabamento externo do spotlight, o que obrigou o eixo a ficar 1 grau desalinhado. Parece pouco né? Mas não é, pois desse jeito eu não conseguia atarrachar a trava que vai no tal acabamento e por isso todo o spotlight rodaria sobre o próprio eixo com o peso do farol. Merde!

Dois dias depois criei coragem e fui refazer o ângulo correto nas duas paredes internas, que na externa não precisa mexer muito. Enfim, deu certo, é o que importa.

Finalmente, muitas horas depois, FIAT LUX! Nem preciso falar que o farolete é o maior barato. Tales me perguntou por que o Camaro também não têm um. Crianças! Onde se viu caça-mulatas num Camaro? Se ainda fosse no nosso Volks do dia a dia…

Depois de tanto “sacrifício” a família me intimou a uma voltinha com o Fordão, mais no final do dia. Já era quarta feira de cinzas, o carnaval tinha acabado, a noite caia. Fomos nós para o passeio noturno mais gostoso das nossas vida.

A droga é que eu instalei um outro acessório no Fordão, que conto qual outra hora pois ainda não sei das suas implicações legais. Mas, como dizia, liguei o spotlight junto, num fusível de 10. Adivinhe, queimou bem na saída de casa e navegamos às escuras! Mas tá bom, tá ótimo.

Tudo, repito, possível somente por que fiquei sem internet durante todo o carnaval.

Abraços, Nik.

Lettering

Nasceu antes do automóvel, essa necessidade de identificar caminhos, serviços e conveniências. Mas é no século XX e até o advento do computador, quando era feita à mão, é que o lettering (na falta de palavra melhor em português) tal como feito nos EUA, é especial, como nos casos abaixo. Eu coleciono esse tipo de coisa, e se você souber onde eu acho mais fotos como estas, me avisa?

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Lettering & Pinstriping

A contra cultura dos anos 50 se apropria da arte do lettering e transforma a tipologia em arte, juntando grafismo e cores mais apropriadas à sua mensagem, sempre impregnada de bom humor e ironia. Eu poderia olhar para trabalhos como este por horas sem me cansar. São simplesmente fantásticos. Abaixo, um mestre trabalhando.

Se quiser, têm mais Lettering no Von Sven Kustom e no Jalopy Journal.

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