Bibliotecas digitais

Olha, esse começo de ano entendi que preciso compartilhar primeiro as poucas fontes que descobri por aí para as fotos que tanto gosto. É que sem a participação de muitos, na pesquisa, na busca, na curiosidade, vamos escavar muito lentamente as oportunidades.

A revolução dentro da revolução que a internet iniciou, para mim, são as bibliotecas digitais. Uma coisa é um blog, outra a Wikipedia e outra uma Biblioteca. É questão de hierarquia de informação mas também de qualidade e confiabilidade da mesma.

Os americanos, aquele povo razoável que entende a importância de se formar homens cultos, são imbatíveis nisso. Pelo que sei, os franceses, aquele povo nada razoável e quase bipolar, ainda estava brigando com o Google Books no ano passado.

Fato é que as Bibliotecas americanas são uma janela para o mundo da civilização ocidental. Muita, mas muita coisa já está digitalizada. A questão que resta, portanto é:

1. Saber quais são as principais bibliotecas online por lá, e;

2. Arregaçar as mangas e começar a pesquisa, e compartilhar o que você descobrir.

Aqui nesta lista, mais de 250 bibliotecas para você se entreter.

Se você souber de alguma que não está aí, compartilhe nos comentários.

Abraço.

Thorton Utz, 1959

Ilustração de Thorton Utz, para a capa do The Saturday Night Evening Post de 30 de maio de 1959.

Das raras vezes em que topei com uma ilustração antiga, com esta qualidade e tamanho. Clique para ampliar. Dá pra colocar na parede da sala.

Via http://www.kevinalfredstrom.com

Posto São Luiz, Curitiba, via AVA

O Guilherme está, junto com leitores de todo o Brasil, construindo a única iconografia do automóvel brasileiro que conheço. E isso não é pouco.

Um dia quando enfim se pretender contar algumas outras histórias a respeito da aventura do automóvel por estas latitudes, poucos livros e o blog Antigos Verde e Amarelo serão as únicas fontes primárias disponíves.

Pois, do jeito que se produz um nada de livros e pesquisas a este respeito no país, não haverão mais testemunhas vivas quando enfim alguém se dispuser a colocar em papel as aventuras e desventuras de duas ou três gerações de brasileiros e tantos imigrantes.

Todos já viram estas fotos lá no Antigos Verde e Amarelo, alguns conheceram o posto São Luiz em Curitiba, Paraná. Eu fiquei aturdido com estas imagens. Reproduzo-as aqui com a devida licença e reconhecimento ao trabalho do Guilherme e sua legião de colaboradores no AVA. Links originais e comentários indispensáveis aqui neste link e neste.

Tomei a liberdade de recortar as imagens para mostrar o detalhe do que foi a fachada inspirada no Ford 1936. Sensacional este posto, que idéia.

Alguém já viu algo parecido nos EUA? Eu não.

“Road Inc.” para Ipad

Você têm um iPad?
Baixe agora “ROAD Inc.” e veja o que deve ser a melhor publicação jamais feita para um tablet.

O aplicativo traz 50 automóveis clássicos, e uma quantidade imensa de informações sobre eles. Videos, fotos, fichas técnicas, revistas de época sobre cada auto, brochuras, som dos motores trabalhando, videos e uma recriação em 3D de todos eles que é de uma qualidade ímpar. Tudo de alta qualidade, em uma estrutura de navegação incrível.

Eu acompanho com muito interesse o assunto publicações em tablet. Um grande amigo meu, do Café.art, um estúdio de design e criação aqui do Rio, recentemente se dedicou a um grande projeto, que foi desenvolver uma e-magazine chamada Unique Magazine, que aliás ficou excelente. Mandei pra ele o link da “ROAD Inc.” e ele me explicou que não é uma revista, mas sim um aplicativo, e concordou que sim, o tempo, talento e dinheiro gastos nela são além do imaginável.

Eu baixei a revista de graça, mas parece que agora custa $1.99 o que ainda dá no mesmo.

Baixe logo. É grande, são gigas de informação, mas essa é a segunda melhor coisa que encontrei pro iPad até hoje, depois do Instapaper.

Abaixo, umas telas que eu capturei da revista.

Já fez o download? Está perdendo a melhor pornografia automobilística em meio digital que existe!

Loyd Moore NASCAR movies

Eu nunca tinha sequer ouvido falar sobre a existência desses filmes. Estou com a sensação de que eu fui o último habitante do planeta a tomar conhecimento deles.

Que filmes raros. O nascimento da NASCAR, início dos anos 50, e em cores. Pelo que apurei, todos pertenceram à Lloyd Moore, piloto que correu de 1949 a 1955 na categoria. Moore faleceu recentemente, então como o último remanescente do primeiro ano (1949) do que hoje é a Sprint Cup Series, aos 95 anos de idade. Os videos de seu acervo lembram muito nossos filmes da Praia do Casino, RS, principalmente Daytona em 51 e 52.

Acima, Lloyd Moore segurando uma foto sua em 1947.
Fonte: NYTimes.

Que sensação boa assistir esse material. Não perca. Carros fantásticos (como o lendário Hudson Hornet de Herb Thomas, em cores!) na pista e fora dela, em circuitos hoje lendários, muita ação, capotagens, derrapagens, têm de tudo aí. São sensacionais!

No primeiro filme que assisti, de 1952, esbarrei logo com um Ford 1949 coupé encapetado, descendo o sarrafo nas baratas do pré-guerra! Só depois de assistir tudo mais de uma vez, descobri que este Ford, o vermelho de #59, é o próprio Lloyd Moore. No ano seguinte, o carro ainda é este mesmo coupé, mas pintado de azul e em um dos filmes a seguir, muito amassado dos catilipapos que distribuiu e recebeu pelas pistas.

Já o filme de Grand Rapids no mesmo ano(52), me emocionou. Veja o que era Gran Rapids em 1952! De uma simplicidade profunda! Rústico, singelo, seminal. O mesmo para Charlotte, que mais nos lembra uma pista de motocross do que propriamente a imagem que temos do circuito hoje.

E tem também a cena em Charlotte, quando o Ford de Moore, de lado numa curva engolindo todos por dentro, abre a tampa da mala… o cigarro no canto da boca do piloto em Syracusa, num conversível… muitos detalhes curiosos, pitorescos.

Se você já conhecia os filmes, me desculpe, mas como eu ainda não e não achei muita coisa na internet sobre eles, achei melhor deixá-los aqui. Sempre têm mais um mal informado como eu por aí.

O obituário de Lloyd Moore no New York Times merece ser lido. Os americanos são mestres nessa arte de contar a vida de alguém que morreu. Aqui, uma biografia mais completa. Que vida esse senhor teve.

Mas o assunto agora são os filmes dele. Ei-los!

1952 Grand National Race Daytona Beach NASCAR

1951 Charlotte Race NASCAR

1954 Southern 500 Darlington NASCAR

1952 Southern 500 Darlington Race NASCAR

1951 Grand National Race Daytona Beach NASCAR

1951 Grand Rapids NASCAR

1951 Dayton NASCAR

1956 Syracuse Convertible NASCAR Race

1951 Thompson CT. NASCAR

1952 Canfield Race NASCAR

NASCAR Darlington 500, setembro de 1958

Selvagem correr com esses carros. Alguns caras não se davam ao trabalho de tirar os frisos dos stock.

O que mais me chamou a atenção foi o Mercury Turnpike. Não sabia que isso fazia curva…

Na Wiki, sabe-se que a corrida foi em 1º de Setembro de 58, e quem ganhou foi “Fireball” Roberts, com um Chevy 57.

Fireball foi o que aconteceu com outro carro, o de nº 60, veja abaixo. Que auto é esse? Estou com preguiça de pesquisar. A sorte do carro de nº 47 não foi muito melhor. Perceba a carroceria altamente deformável, visando exclusivamente a segurança do piloto.

Outro ponto: imaginou o barulho ensurdecedor e característico de cada motor – de acordo com o fabricante e com cada preparação  – que nessa época se ouvia nas corridas da NASCAR? Desde que motor passou a ser único, a sinfonia virou um solo.