Ford 1935 em Niterói

Esta foto foi presente do amigo Guilherme do AVA. E que presente.

A foto foi clicada aqui em Niterói, nos idos de 1935. Imagem rara por si, sem considerarmos o billboard da Ford em primeiro plano. Ao fundo o que se vê é a linda sede da Empresa de Correios e Telégrafos do então Estado do Rio de Janeiro, que ainda existe mas, como quase tudo por aqui, se encontra em péssimo estado de conservação.

Niterói, para quem não sabe, está localizada assim como a cidade do Rio de Janeiro, nas margens da baía da Guanabara. Uma ponte, inaugurada em 1974, conectou estas duas cidades separadas por um pedaço de mar. Antes disso, chegar ao Rio só via transporte hidroviário, para passageiros e automóveis – ou contornar toda a baía de Guanabara. É por iso que este billboard da Ford aponta para a Baía da Guanabara, e não para o continente. É que ali ao lado esquerdo dele está, até hoje a estação das Barcas e que, naquela época, recebia também os futuros clientes de um Ford, com seus automóveis chegando a Niterói via balsa. Deu pra sacar por que a foto é especial?

Para dar ao amigo uma idéia melhor de onde estava instalado este outdoor, achei este panorama do Centro de Niterói, pelos idos de 1950. Repare que, anos mais tarde, ainda se pode ver um billboard ou outdoor, como queira, instalado no mesmo local daquele do Ford em 1935.

Mais algumas vistas, para ajudar a quem não conhece, imaginar melhor a cena. Quase todas via o sensacional site Skyscrapercity.

Acima, atracando na Praça XV, no Rio, a Barca vindo de Niterói em 1950. Anos mais tarde, outra balsa com destino a Niterói. Ao fundo, “vejo o Rio de Janeiro…”

No blog do Andre Decourt, descobri só agora que eram duas as empresas que transportavam veículos entre o Rio e Niterói. A que tinha a estação do lado da de passageiros, que se vê acima na foto do Guilherme, era a Frota Carioca. A concorrente era a Valda, que atracava mais ao lado na Ponta da Areia, conforme foto abaixo.

No blog do meu amigo Batata, ainda achei esta foto do lado de fora da Estação da Cantareira em 1949. No lado direito, o Prédio dos Correios que se vê na foto do Guilherme. Como sempre, uma boa foto rende muitas outras.

Obrigado, Guilherme.

Raid de Niterói a Araruama, 1956.

Niterói é minha cidade natal e onde moro. É um lugar muito bonito e rico em tipos humanos. Por isso não é surpresa o raid à vizinha Araruama, em 1956, organizado pelo Moto Clube do Brasil e o de Niterói, dos quais eu infelizmente nunca ouvi falar.

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Mesmo assim, que passeio deve ter sido este. A primeira foto (que se vê na matéria, mais abaixo) me parece ter sido clicada na saída do raid, ainda em Niterói talvez na Alameda São Boaventura, por intuição, palpite. A estrada até Araruama ainda é muito bonita, com a serra no meio do caminho e que deve ter sido um baita desafio para quem estava disposto a colar o punho mesmo, e deixar para curtir a paisagem só na volta. Se você é de Niterói, os nomes dos corredores te dizem algum coisa? Para mim não e isso é um pouco frustrante.

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A matéria completa segue abaixo, em duas páginas. Clique para ampliar.

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Matéria extraída da “Revista Carros à Vista”, edição de 1956. As outras matérias estão aqui, neste link.

Abaixo, um dos muitos anúncios que povoam as páginas desta revista, da oficina “Peruzzo e Zambello Ltda.” em São Paulo, especializados em Fiat, Lancia, Simca e Ferrari. Imagino o que eles faziam na época. Alguém saberia mais sobre eles, quem foram e se seus descendentes ainda estão no mercado?

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Encontro do HOG na Fortaleza

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Nesse domingo o Harley Owners Group organizou um encontro aqui na Fortaleza de Santa Cruz, que fica na entrada da Baía de Guanabara, no lado de Niterói, em frente à Urca e ao Pão de Açucar.

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Um céu limpo, um sol forte e um calor intenso, mas graças às sombras das amendoeiras o dai foi lindo. Alguns carros antigos se encontraram também, tudo oficioso, mas o que vale é o dia entre amigos num dos lugares mais lindos do Rio de Janeiro e do Brasil. Um dia vindo a Niterói, não deixe de visitar a Fortaleza.

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O Ford T acima que foi um presente à parte no nosso domingo, é o automóvel mais antigo emplacado no estado do Rio de Janeiro, tendo sido convidado a ser o primeiro a desfilar pela Ponte Rio-Niterói quando de sua inauguração, em 1974. Ele está muito bem para um jovem de 90 anos. Vai durar outro tanto, não se preocupe.

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Para ver as fotos da Fortaleza e da baía de Guanabaram já que esse post é basicamente sobre isso que carros havia poucos, clique no link abaixo. Depois do pulo vê o mergulho.

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Domingo no Parque

Hoje fui ao Campo de São Bento com a família, que é uma grande área de lazer aqui em Niterói, e dei de cara com esta cena. O carro eu já conhecia, o legal foi ele estar ali, compondo a cena com o verde do parque de um lado e com a Igreja Porciúncula de Sant’Ana do outro. Noves fora a época presente, há quanto tempo um Bel Air 1954 não estacionava por ali? Pensei nisso e em mais um monte de coisas enquanto quase era atropelado para regsitrar as fotos. Afinal, a cena merecia. Eis as fotos.

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Paulo Netto, Morella e o Albuquerque.

Paulo Netto, meu amigo querido, me mandou – a pedidos – estas fotos de sua família. Que têm uma história muito fascinante, pode acreditar. Como todo curioso, aprecio as histórias que ele me conta, principalmente sobre sua avó, Morella. Nestas histórias uma personagem sempre se destaca, que é o Albuquerque, o Ford 29 que foi da família. Daí eu pedir as fotos que agora publico. O assunto aqui é o automóvel em fotos e nisso a família Netto também têm ótimas recordações. Vamos a algumas delas.albuquerque1Na foto acima, apoiada no Ford 29 da família, está Morella, avó do Paulinho, em passeio ao Quitandinha aqui em Petrópolis. Albuquerque serviu à família por décadas, inclusive no longo, árduo e penoso trajeto entre o Rio de Janeiro e Itaipuaçu em Maricá, onde eles foram pioneiros e desbravadores deste lindo recanto de mar do Rio de Janeiro. Considere que isso foi numa época em que não havia a Ponte Rio-Niterói e que as estradas conseguiam ser piores do que hoje, e veja o quanto o velho Albuquerque era querido por todos.  Abaixo, o Albuquerque na casa de Itaipuaçu que ainda hoje é a residência de Morella.

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Albuquerque é um nome simpático para um Ford A, não? Abaixo, Morella em uniforme de enfermeira da Cruz Vermelha em tempos da Segunda Guerra.

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Abaixo, Morella refastelada sobre o capú do Albuquerque na praia de Itaipuaçu e, na foto seguinte, ela e parentes, em casa e com Albuquerque sempre por perto.

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Na foto seguinte, também na praia de Itaipuaçu, meu amigo Paulo Netto sobre o mesmo velho Ford 29.ruth-1

Abaixo, o pai do meu amigo e filho de Morella, o saudoso Paulo Netto, apoiado em um automóvel da família. Não sei que automóvel é esse, alguém poderia ajudar?

netto-20Nesta foto, um tio de meu amigo apoiado no que parece ser um novo e reluzente Cadillac 1946.

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