Algumas fotos muito boas aqui, todas de época e em preto e branco.
GMC Trucks
Gurgel: a morte de um empreendedor
Abaixo a matéria do jornal O Globo sobre o falecimento do Sr. João Gurgel, que eu achei interessante e digna de compartilhar com você. Interessante pela cronologia dos fatos da vida deste grande brasileiro, mas também pelo detalhe da chamada da matéria: para os editores de O Globo, o Sr. João Gurgel foi um aventureiro… Uma pena que tantos anos depois do fim da Gurgel que esse tipo de opinião sobre o carro brasileiro ainda sobrevivam.
Não vou tomar seu tempo falando o óbvio, apenas propor uma reflexão: A Gurgel deu errado no momento em que seu produto podia deslanchar e competir com o de outras montadoras. Nosso governo na época não fez nada para dar a ele a competitividade nem força necessárias para confrontar as montadoras alemãs e americanas instaladas aqui, ao contrário. E por quê?
Enquanto isso, num país ao norte, o governo recém empossado de Barack Obama aprova empréstimos a fundo perdido de bilhões de dólares do contribuinte para salvar as mesmas Chrysler, General Motors e Ford que foram algozes do Sr. João Gurgel.
Não é curioso? O produto do Sr. Gurgel era inovador e muitas vezes revolucionário. Ele foi a vanguarda e, como deve ser nesses casos, vítima do ódio de quem não têm compromisso com a inovação e o progresso.
Onde ele estiver, ele deve estar rindo de nós agora. Da GM então…
Clique sobre a imagema para ampliar. Mas o arquivo é grande: 2.3 Mb.
Dana e Jean Manzon
Um tempo atrás eu recebi o link para o site da Dana com um ou dois dos documentários do Jean Mason, coisa lá da década de 50, como parte das comemorações dos 50 anos da implantação da indústria automobilística no Brasil. Achei aquela iniciativa fantástica e desejei ter aqueles filmes para mim, um dia.
Qual não foi minha surpresa, mês passado, ao saber que o projeto de restauração deste acervo por parte da Dana era muito mais ambicioso e abrangente, culminando com uma coleção de 23 filmes totalmente restaurados, que contam a história desta indústria empolgante mas também de uma década dourada do nosso país, seus desafios e maiores conquistas.
Os filmes do Mason, hoje restaurados pela Dana, me salvaram da ignorância absoluta. Os filmes nos mostram o esforço hercúleo de todos os que participaram do desenvolvimento do automóvel no Brasil. Escuto a belíssima narração em off e não vejo sinais de ufanismo barato mas autêntico. Me emociono com as pessoas simples, dedicadas e austeras retratadas ali. Me pergunto se até ali não tínhamos tudo para ter dado certo enquanto nação moderna e justa. Mas julgue voê mesmo, está tudo eternizado ali no site da Dana pelas lentes do Mason.
Se você, como eu, não recebeu da Dana uma cópia do DVD contendo os filmes, tudo bem, eles tiveram o cuidado de colocar tudo em um muito bem feito website. E, o que se vê ali, é um retrato de alta qualidade técnica, cenográfica e histórica dos primeiros e definitivos anos da indústria automobilística no Brasil, que por si nos coloca em posição destacada e estratégica entre as maiores nacões do mundo.
Enfim, este site da Dana em celebração aos 50 anos de nossa indústria automotiva é daqueles para visitar quando o Brasil nos deixar de baixo astral, desanimados e envergonhados diante dos abusos e desmandos de nossa elite política e econômica.
Os filmes do Mason são a prova inconteste de que o automóvel, no Brasil, é um pouco de todos nós. Literalmente.
Para visitar o site da Dana contendo os filmes, clique neste link aqui.
Encontro do HOG na Fortaleza
Nesse domingo o Harley Owners Group organizou um encontro aqui na Fortaleza de Santa Cruz, que fica na entrada da Baía de Guanabara, no lado de Niterói, em frente à Urca e ao Pão de Açucar.
Um céu limpo, um sol forte e um calor intenso, mas graças às sombras das amendoeiras o dai foi lindo. Alguns carros antigos se encontraram também, tudo oficioso, mas o que vale é o dia entre amigos num dos lugares mais lindos do Rio de Janeiro e do Brasil. Um dia vindo a Niterói, não deixe de visitar a Fortaleza.
O Ford T acima que foi um presente à parte no nosso domingo, é o automóvel mais antigo emplacado no estado do Rio de Janeiro, tendo sido convidado a ser o primeiro a desfilar pela Ponte Rio-Niterói quando de sua inauguração, em 1974. Ele está muito bem para um jovem de 90 anos. Vai durar outro tanto, não se preocupe.
Para ver as fotos da Fortaleza e da baía de Guanabaram já que esse post é basicamente sobre isso que carros havia poucos, clique no link abaixo. Depois do pulo vê o mergulho.
Casas sobre rodas
Foi quando o Mario Buzian me indicou o fascinante blog da Turiscar, a primeira fabrincante de trailers da América Latina, que eu comecei a buscar algumas fotos antigas que tenho sobre estas casas sobre rodas. E isto me trouxe algumas poucas lembranças também.
Eu vi poucos trailers ao longo da vida, nunca entrei em um e achava seus donos um tanto excêntricos e desnecessariamente inclinados ao desconforto. Afinal, se podiam pagar por um trailer, pensava, por que não se hospedam em um hotel? Só conheci bem mesmo o trailer de um sujeito que vendia um cheeseburger maravilhoso, mas não é este o caso agora. Ademais, nenhum contato com a vida sobre rodas e seu corolário, os acampamentos.
Ainda ontem vi à venda aqui em Niterói uma daquelas Kombis Camper – que eu acho simpáticas – e, por analogia, me cobrei publicar estas fotos. Que infelizmente são todas dos EUA mas, ainda bem e como dito, o Mario Buzian está fazendo um excelente trabalho contando a história da Turiscar e do Pedro Scheid, e você não vai ter dificuldade em encontrar ali boa parte da história do Brasil em forma de trailers e motorhomes, seja em fotos ou em filmes de época que são de tirar o fôlego.
Ao contrário do Brasil, os americanos do norte sempre andaram com a casa nas costas. É razoável supor que as origens desta cultura estejam lá atrás, nas longas viagens para o oeste em suas wagons. Mas fato é que por todo o século XX o americano esteve em constante deslocamento por seu território, seja em busca de moradia, de trabalho ou a lazer, o que os fez os grandes inventores dessa cultura do trailer e do motorhome.
Uma pequena casa sobre rodas é antes de tudo uma solução para quem não têm uma casa dita tradicional. E isso chegou a ser um problema sério nos EUA. Na década de 50, centenas de milhares de famílias americanas moravam em trailers ou motorhomes, devido ao déficit de moradias do pós-guerra. E isto rendeu fotografias nem tão glamourosas quanto às relacionadas ao lazer e diversão, como esta abaixo, da década de 40, de uma família de migrantes em busca de melhores condições de vida.
Curioso, mas esta foto me fez lembrar quando, na infância, assistia a cidade onde moravam meus avós, aqui no interior do Rio, ser ponto de pouso de famílias de ciganos. Nós, crianças, tínhamos medo daquela gente diferente, estereotipada pelos adultos e incompreendida por todos. Nunca os vi puxando um trailer, mas se tivessem tido a oportunidade de comprar um suas vidas seriam menos sofridas.
Para quem se interessa pelo assunto, mais algumas boas fotos depois do pulo. Para vê-las, clique no link abaixo.
A crise de 70 anos atrás
Identificando Buicks – 1946 a 1953
Eu não consigo memorizar duas coisas na vida: piadas e o design de muitos (todos?) carros antigos.
Quando eu achei isso na internet, páginas extraídas de um daqueles Catálogos de Carros, pensei que, como eu, outros poderiam ter a mesma dificuldade – com automóveis, que para as piadas não há cura. Depois disso, nunca mais confundo um De Soto com um Buick. Só se eu estiver longe do micro.
Você acha isso útil? É que eu tenho de todas as outras montadoras para o mesmo período. Assim, caso interesse a mais alguém, é só avisar que publico.